As principais economias do mundo aumentaram acentuadamente o apoio à produção e consumo de combustíveis fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás natural, de acordo com análise divulgada nesta segunda-feira (29), pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Agência Internacional de Energia (AIE, na sigla em inglês).
Segundo o levantamento, esse aumento ocorre em um momento em que muitos países lutam para honrar seus compromissos assumidos no passado, para eliminar subsídios aos combustíveis fósseis e proteger os cidadãos do aumento de preços de energia.
Novos dados da OCDE e da AIE mostram que o apoio geral do governo aos combustíveis fósseis em 51 países em todo o mundo quase dobrou para US$ 697,2 bilhões em 2021, de US$ 362,4 bilhões em 2020, à medida que os preços da energia aumentaram com a recuperação da economia global. Além disso, prevê-se que os subsídios ao consumo aumentem ainda mais em 2022 devido ao aumento dos preços dos combustíveis e do uso de energia.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia causou aumentos acentuados nos preços da energia e minou a segurança energética. Aumentos significativos nos subsídios aos combustíveis fósseis incentivam o consumo exagerado, embora não necessariamente atinjam as famílias de baixa renda”, disse o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann.
“Precisamos adotar medidas que protejam os consumidores dos impactos extremos das mudanças de mercado e forças geopolíticas de uma maneira que nos ajude a manter no caminho da neutralidade de carbono, bem como da segurança energética e acessibilidade”, conclui o secretário-geral da OCDE.