A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) deu início no último mês a uma nova rodada de coletas de amostras em aves, dentro das ações do inquérito anual para comprovar a ausência de Influenza Aviária e Doença de Newcastle, em granjas comerciais e criações de subsistência localizadas em Goiás. Até agora, mais de 50 propriedades instaladas no Estado já receberam a visita dos fiscais estaduais agropecuários, medida que faz parte do Plano de Vigilância de Influenza Aviária e Doença de Newcastle.
O trabalho em Goiás é realizado por cerca de 60 profissionais da Agrodefesa que atuam na vigilância ativa e é coordenado nacionalmente pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). “Nesta etapa, 204 estabelecimentos goianos foram selecionados. As propriedades foram definidas com base em critérios específicos, como densidade populacional de aves ou proximidade de cursos d’água, que podem servir de rota para aves migratórias. Após a coleta, as amostras são enviadas para análise no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Campinas (LFDA), no estado de São Paulo”, informa a gerente de Sanidade Animal da Agrodefesa, Denise Toledo. A previsão é de que o trabalho seja concluído até junho.
Embora não haja registros da doença em Goiás, os casos que ocorreram em outras regiões do Brasil em 2023 e que têm sido registrados no mundo exigem a adoção de medidas rigorosas para proteger a avicultura goiana, setor de grande relevância econômica e social. “A comprovação da ausência dessas doenças pelo esforço de vigilância ativa e passiva garante segurança à avicultura industrial. É mais uma maneira que a Agrodefesa trabalha para proteger a produção goiana e também a saúde da população, já que apesar de rara, pode haver a contaminação em humanos que trabalham com essas aves”, destaca o presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos.
Os inquéritos realizados pela Agrodefesa fazem parte de uma série de medidas sanitárias implementadas no plano de vigilância para prevenção e monitoramento, desenvolvido pelos órgãos estaduais de defesa, coordenados pelo Mapa. Entre as medidas adotadas estão a vigilância epidemiológica, fiscalização sanitária nas fronteiras do Estado para controlar o trânsito de aves vivas e produtos de origem animal, capacitação de produtores e técnicos, reforço das normas sanitárias em granjas, campanhas de conscientização e ampliação de parcerias institucionais.
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade Avícola da Gerência de Sanidade Animal, Silvânia Andrade, é importante ressaltar que, até o momento, os casos registrados no Brasil ocorreram apenas em aves silvestres, de subsistência e mamíferos aquáticos. “O País continua com o status de livre de Influenza Aviária em criações industriais, sem impactos nas exportações de produtos avícolas. Seguimos monitorando a situação e reforçando medidas de biosseguridade para prevenir a disseminação do vírus, especialmente visando proteger a avicultura comercial”, acrescenta. “A Agrodefesa orienta os produtores a adotarem rigorosamente as medidas de biosseguridade em suas propriedades e reforça a importância da notificação imediatamente de qualquer suspeita da doença. A população também pode contribuir, evitando contato direto com aves doentes, incluindo as silvestres, e informando casos suspeitos às autoridades sanitárias.”
Influenza Aviária
A Influenza Aviária é uma doença viral altamente contagiosa que afeta aves domésticas e silvestres, podendo causar grandes prejuízos à produção avícola. Além disso, algumas cepas do vírus representam riscos à saúde pública. O primeiro caso no Brasil foi detectado em maio de 2023, em aves silvestres. Em junho do mesmo ano, ocorreu o primeiro registro em aves domésticas de subsistência, no município de Serra, Espírito Santo. Até 12 de fevereiro de 2024, data do último boletim oficial divulgado pelo Mapa, foram confirmados três casos em criações de aves domésticas, totalizando 161 ocorrências quando incluídas as aves silvestres, além de outros cinco focos em mamíferos aquáticos. Goiás nunca registrou casos de Influenza Aviária, sendo essencial a notificação para detecção precoce, caso a doença chegue no Estado.