O comportamento do mercado pecuário reflete um cenário de demanda interna enfraquecida, o que tem levado as indústrias frigoríficas a adotarem uma postura cautelosa na compra de gado. Com escalas de abate relativamente equilibradas, as indústrias têm evitado aumentar os preços, mantendo as cotações nos níveis atuais.
No atacado, a pressão sobre os preços se intensificou nos últimos dias, devido à menor demanda observada na segunda quinzena do mês. Esse comportamento está atrelado à sazonalidade da demanda, que historicamente favorece proteínas mais acessíveis, como frango e ovos. Além disso, o aumento do custo de vida e os efeitos da inflação continuam impactando o poder de compra da população, resultando na redução do consumo de carne bovina no mercado interno.
Exportações sustentam os preços
Apesar da desaceleração da demanda interna, as exportações desempenham um papel crucial na manutenção dos preços. O Brasil segue consolidado como um dos principais fornecedores de carne bovina para o mercado internacional, especialmente para a China, que permanece como um dos maiores compradores do produto nacional. Esse cenário contribui para evitar quedas mais acentuadas nos preços da arroba.
A expectativa dos analistas é de que a oferta de animais diminua na segunda quinzena de março, o que pode resultar em uma leve recuperação nas cotações. Se essa tendência se confirmar, as indústrias frigoríficas poderão precisar aumentar suas ofertas para garantir a compra de matéria-prima, o que impactaria os preços do boi gordo.
Mercado futuro aponta recuperação gradual
Os contratos futuros do boi gordo na B3 fecharam em alta nos últimos pregões, indicando uma leve tendência de recuperação para os próximos meses. Os vencimentos para março e abril de 2025 foram negociados a R$ 301,30 e R$ 302,00 por arroba, respectivamente. Para maio, a projeção é ainda mais otimista, com contratos cotados a R$ 313,30 por arroba, apresentando uma variação positiva de 0,66% em relação ao fechamento anterior.
No curto prazo, contudo, o mercado ainda enfrenta pressões baixistas, principalmente devido à menor demanda interna. A cautela das indústrias frigoríficas e a diminuição do poder de compra do consumidor continuarão influenciando os preços, enquanto os exportadores seguem oferecendo suporte ao mercado.