Embora a recente chuva tenha trazido alívio aos pecuaristas do Rio Grande do Sul, que estavam preocupados com o pasto afetado pelo intenso calor, um dos maiores desafios continua sendo manter a pastagem com uma boa quantidade de folhas. Muitos produtores se veem sem opções, já que o crescimento do pasto diminui com o tempo.
De acordo com Armindo Barth Neto, gerente Técnico da SIA – Serviço de Inteligência no Agronegócio, alguns produtores, diante da falta de opções para abrigar os animais, mantêm-nos nas áreas de pastagem, o que acaba comprometendo ainda mais as pastagens, deixando-as sem folhas. “Quando as pastagens são raspadas demais, elas demoram para rebrotar, mesmo quando a chuva retorna”, explica.
Barth Neto reforça que o principal objetivo nesse período de seca é preservar a estrutura das folhas das pastagens, para que, quando as chuvas voltarem, o crescimento delas seja rápido e eficiente.
Mas como garantir essa preservação? A recomendação inicial é a adoção do pastejo rotacionado. Ao invés de manter os animais em uma área de pastagem por 24 horas, o tempo de permanência pode ser reduzido para meio período, seja pela manhã ou à tarde. Caso a seca continue, esse tempo deve ser gradualmente diminuído – de quatro para três horas, e depois para duas, por exemplo.
Para ajudar a recuperar o pasto, Barth Neto sugere suplementação com silagem, feno, pré-secado ou até mesmo ração. “À medida que o tempo de acesso ao pasto é reduzido, o consumo de suplementos concentrados deve ser aumentado para substituir a forragem”, orienta. Caso a oferta de pasto não seja suficiente para todos os animais, o consultor sugere priorizar o uso das melhores pastagens para categorias de maior exigência, como os animais de terminação, recria de novilhos e vacas em fase reprodutiva.