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Produtores de peixe buscam alternativas contra mortandade na piscicultura

Nos últimos três anos, a mortalidade de peixes em sistemas de tanques e em rios tem gerado preocupações crescentes no Brasil. Fatores como falhas elétricas, mudanças climáticas, poluição da água e alterações no manejo da piscicultura têm causado grandes prejuízos ao setor. Um caso recente, em janeiro deste ano, ocorreu em Nova Aurora (PR), quando uma falha elétrica causou a morte de cerca de 150 mil tilápias. A falha no fornecimento de energia, originada por uma sobrecarga elétrica, afetou o sistema de oxigenação da água, resultando em asfixia para os peixes.

A falta de um sistema de alarme eficiente impediu uma resposta imediata, o que agravou o problema e resultou em uma perda de aproximadamente 75 toneladas de peixes. Situações semelhantes também aconteceram, como no caso de julho de 2024, quando a poluição irregular no Rio Piracicaba, em São Paulo, causou a morte de mais de 235 mil peixes, o que totalizou cerca de 50 toneladas, comprometendo a vida dos pescadores locais. Eventos dessa natureza também foram observados em estados como Amazonas e Pará.

A piscicultura é uma atividade econômica significativa no Brasil, especialmente para pequenos e médios produtores, mas sua vulnerabilidade a falhas estruturais e condições ambientais adversas exige cuidados especiais. Inovações no setor de seguros e em tecnologias de manejo podem reduzir os prejuízos, garantindo o desenvolvimento sustentável da atividade, permitindo que o produtor continue suas operações após eventos inesperados.

Com o objetivo de oferecer proteção aos produtores, a Alper Seguros, uma das maiores corretoras do Brasil especializada no agronegócio, desenvolveu um seguro específico para cobrir as perdas causadas pela mortalidade de peixes, que pode ser desencadeada por diversos fatores. “Entendemos que a criação de peixes depende de equipamentos como bombas e oxigenadores, que devem funcionar continuamente. Nosso seguro foi desenhado para proteger os criadores contra grandes perdas financeiras e assegurar a continuidade do negócio em casos de emergência”, explica André Lins, vice-presidente de agronegócios da Alper Seguros.

Esse seguro se torna ainda mais relevante em áreas rurais, onde as falhas no fornecimento de energia são mais comuns, e a falta de suporte imediato pode resultar em perdas totais de estoque. Além da cobertura básica para mortalidade, a Alper Seguros oferece outras opções que podem ser adequadas de acordo com as necessidades dos produtores, como destaca Giovanni Cezimbra Balen, diretor comercial de Agro da Alper Seguros:

“O Seguro de Danos cobre danos materiais e prejuízos ocasionados por deslizamentos, falta de energia elétrica e falhas nos sistemas, como ocorreu com os produtores de tilápia no Paraná. Já o Seguro Agrícola funciona como um seguro de vida para os peixes, oferecendo uma compensação em caso de morte por doenças, acidentes ou outros imprevistos. Para uma proteção mais personalizada, o Seguro Paramétrico se baseia em índices específicos, como a taxa de mortalidade. Se a mortalidade ultrapassar um limite pré-definido, a indenização é acionada automaticamente.”

Prevenção prática e aceitação de riscos

Outra medida prática para reduzir a mortalidade de peixes é o uso de geradores de energia. Esses dispositivos garantem o funcionamento de sistemas essenciais, como os aeradores, mesmo durante quedas de energia. Existem incentivos e linhas de crédito específicas para os produtores que desejam investir em geradores de alta eficiência.

Tecnologias que monitoram em tempo real os níveis de oxigênio, temperatura e pH da água ajudam os produtores a identificar problemas antes que se tornem críticos. Além disso, sistemas de alerta conectados a sensores podem notificar os criadores sobre mudanças nos parâmetros da água, possibilitando intervenções rápidas.

A adoção de boas práticas de manejo, como a densidade ideal de peixes nos tanques e o uso de alimentos de qualidade, também contribui para a saúde dos peixes. Essas medidas ajudam a reduzir o estresse nos animais e minimizam a ocorrência de doenças, que são outras causas comuns de mortalidade.

Proteger a produção de peixes contra riscos ambientais e estruturais não é apenas uma questão econômica, mas também de segurança alimentar. O Brasil, sendo um dos maiores exportadores de pescado, depende de uma cadeia produtiva forte e resiliente para atender às demandas do mercado interno e externo. A combinação de seguros especializados, tecnologias avançadas e práticas de manejo sustentável cria um ambiente mais seguro e previsível para os criadores, permitindo que o setor continue a se expandir sem ser interrompido por imprevistos.

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