O Brasil é reconhecido mundialmente por sua terra fértil e clima diversificado, fatores que favorecem a produção de alimentos, fibras e bioenergia. A tomaticultura, uma das atividades mais tradicionais e produtivas da agricultura nacional, se destaca entre as culturas mais importantes. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2024 a safra de tomate foi de 4,7 milhões de toneladas, com crescimento de 19,2% em comparação a 2023.
O avanço tecnológico possibilita que a produção de tomates atenda a diversos mercados, incluindo consumo in natura, processamento industrial e exportação. No entanto, essa cultura é altamente suscetível a pragas e doenças, o que exige controle eficaz para garantir a produtividade e a qualidade do cultivo.
A lagarta traça-do-tomateiro (Tuta absoluta) é uma das principais pragas, causando prejuízos diretos ao se alimentar das folhas, hastes e frutos do tomateiro. Ao formar galerias nas plantas, essa praga favorece infecções secundárias e reduz a qualidade comercial dos frutos.
A mosca-branca (Bemisia tabaci) também compromete a produção ao sugar a seiva das plantas, diminuindo seu vigor e produtividade. Além disso, é um dos principais vetores de viroses, como Geminivírus, que causa mosaico e nanismo, comprometendo a colheita. Infestações severas podem resultar em perda total do plantio.
Outra ameaça significativa é a requeima (Phytophthora infestans), doença fúngica que causa lesões escuras e úmidas nas folhas, hastes e frutos. Sob condições de alta umidade, a requeima se espalha rapidamente, podendo destruir toda a plantação em questão de dias.
A presença de pragas e doenças nas lavouras de tomate reduz a produtividade, gera frutos deformados ou inviáveis para o mercado e aumenta os custos com defensivos e manejo. Por isso, é essencial adotar práticas de controle eficientes e sustentáveis.
Uma solução promissora para o controle de pragas e doenças na tomaticultura é o controle biológico. O uso de inseticidas biológicos à base de Bacillus thuringiensis (Bt) é eficaz contra a traça-do-tomateiro. Para o combate à mosca-branca, o fungo Beauveria bassiana é indicado, pois infecta e mata os adultos da praga. No caso da requeima, microrganismos, como Trichoderma spp., competem com o patógeno, ajudando a reduzir a infestação.
O uso de biológicos tem como vantagem adicional a redução do uso de agroquímicos, minimizando os resíduos nos frutos e os impactos ambientais. Além disso, preservam os inimigos naturais das pragas, o que contribui para o equilíbrio ecológico da lavoura e evita o desenvolvimento de resistência nos patógenos.
Com manejo adequado e o controle biológico, os agricultores obtêm produção mais sustentável, boa produtividade e alta qualidade dos tomates. Ao reduzir a dependência de químicos, não apenas preservam o meio ambiente, mas também favorecem a saúde dos trabalhadores rurais e dos consumidores.
A adoção de métodos sustentáveis é, portanto, essencial para garantir o futuro da tomaticultura brasileira, assegurando tanto a rentabilidade do setor quanto a preservação ambiental.